O Governo de Filipe Nyusi não tem expectativa que este ano seja retomado o Programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) suspenso em Abril de 2016 após a descoberta das dívidas ilegais da Proindicus e da MAM. Fontes ouvidas pelo @Verdade projectam a retoma só deverá acontecer depois das Eleições Gerais de 2019.
Na apresentação realizada esta terça-feira (20) em Londres aos credores das dívidas ilegais o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse que Moçambique não tem expectativas da retoma de um Programa de apoio financeiro por parte do FMI este ano.
Não ficou claro se a falta de expectiva deve-se ao facto de não existir no horizonte nenhuma vontade política em esclarecer “as lacunas de informação” identificavas pela Auditoria realizado pela Kroll para a Procuradoria-Geral da República às empresas estatais Proindicus, Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) e da Mozambique Asset Management (MAM) ou se o Governo não acredita que a Procuradoria-Geral da República possa deslindar este que é o maior escândalo financeiro e de corrupção da história do nosso país.
Analistas ouvidos pelo @Verdade concordam que sendo este um ano de eleições, assim como o próximo, o mais provável é que o calvário do povo moçambicano dure pelo menos até depois das Eleições Gerais, que Nyusi pretende ganhar.
Embora um Programa financeiro do FMI não represente a entrada de muito dinheiro no erário é no entanto catalítico para o Investimento Directo Estrangeiro, que caiu de 3.1 biliões de dólares em 2016 para 2,3 biliões de dólares norte-americanos em 2017, e principalmente influencia o apoio dos Parceiros de Cooperação internacional para o financiamento dos investimentos em obras públicas que que pararam desde que as dívidas ilegais foram descobertas.
Em Dezembro passado o ministro Adriano Maleiane admitiu na Assembleia da República que todos os anos o Governo precisa de conseguir financiamentos de cerca de 2 biliões de dólares “porque a Receita que nós temos dá para financiar a despesa de funcionamento”.
“E onde é que nós vamos buscar? Vamos buscar no financiamento externo porque não há outra forma. Mesmo que a gente despedisse metade dos funcionários nós não íamos buscar na despesa da verba com pessoal suficiente para financiar o investimento. E sabem que na parte só de funcionamento, gasto com pessoal, só nesta proposta corresponde a 52,2 por cento. E se formos buscar as transferências correntes, que são na verdade pagamento de salários nós estamos com 64 por cento só na despesa de funcionamento”, esclareceu o governante aos deputados.
O ministro Maleiane explicou ainda que “a nossa economia está a funcionar muito à custa do investimento directo estrangeiro porque a nossa capacidade de poupar ainda é pouca e mais ainda porque não conseguimos aumentar mais exportações para termos uma conta corrente razoável e tornar a taxa de câmbio estável”.
Fonte: @Verdade
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