É a partir de hoje que o “Comboio de Sal e Açúcar” vai apitar nas telas das cidades de Maputo e Matola. O filme estreado há cerca de um ano, só agora encontrou espaço para que os legítimos “donos” possam reviver alguns dramas da guerra de desestabilização que durou “eternos” 16 anos. Esta é uma oportunidade para que os moçambicanos possam fazer as pazes com um dos momentos tristes da história moçambicana, onde centenas de civis vincaram a sua heroicidade a bordo num comboio constantemente sabotado por aqueles que detinham armas.
Só chega agora ao país, como justifica o realizador do filme, Licínio Azevedo, devido à escassez de salas para exibição de cinema.
“Comboio de Sal e Açúcar” estreia hoje ao público a nivel nacional |
“O país sem cinema é um país sem memória”, disse na tarde ontem Azevedo, ao lado de Mário Mabjaia (maquinista), Abdil Juma (chefe do comboio) e Hermelinda Simela (Amélia) – alguns actores que dão a alma a esta trama. Azevedo justificava assim o facto de ter transportado esta história às telas. O realizador disse também que por onde o filme passou teve boa recepção e espera que o mesmo aconteça a partir de hoje e convida a todos a testemunhar esta obra magnífica.
Para os actores foi uma experiência única, que acrescentou muito conhecimento não só pelo enredo, mas pela aprendizagem nos bastidores.
Um “festival” de prémios
No dia em que filme estreou a nível internacional, em Agosto passado, foi agraciado com o prémio de Melhor Produção, por ter movimentado em Locarno, na Suíça, o maior número de espectadores naquela edição. O outro prémio não menos importante foi de Melhor Realizador, recebido no Festival Internacional de Cairo, já em Novembro. “Comboio de Sal e Açúcar” arrancou ainda o prémio de Melhor Filme na vizinha África do Sul, em Joanesburgo, entre diversas menções honrosas.
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