segunda-feira, 17 de setembro de 2018

CEEG apresenta relatório sobre o perfil dos finalistas universitários moçambicanos

A proporção de estudantes satisfeitos com a escolha da universidade é 77.5 por cento superior nas universidades públicas em relação à proporção verificada nas universidades privadas, que é de 52 por cento. Além disso, nas universidades privadas, menos da metade dos estudantes é que estão satisfeitos com a sua escolha de curso, excepto para os cursos da saúde, indica um relatório do Centro de Estudos de Economia e Gestão (CEEG) da Faculdade de Economia da UEM sobre o Perfil dos Finalistas Universitários Moçambicanos.
O mesmo estudo precisou que mais da metade dos estudantes finalistas universitários em Moçambique (cerca de 60 por cento) já teve emprego, em algum momento. Dentre estes, a proporção de homens com experiência profissional é maior do que o das mulheres. Uma proporção muito baixa de estudantes (32 por cento) indicou ter tido necessidade de mudar a sua residência para realizar o seu curso superior.
Os dados constam do relatório sobre o Inquérito Base à Transição Ensino-Emprego dos Finalistas Universitários apresentado hoje (04/09), em Maputo, no Fórum Público sobre o Ensino Superior realizado pela Faculdade de Economia da UEM e parceiros.
Segundo o estudo, em todas áreas há mais homens que mulheres. Estas diferenças são maiores entre os estudantes de serviços, engenharia e ciências naturais. A idade média dos finalistas é de 26 anos.
Na amostra de estudantes entrevistados, o custo de educação suportado pelos estudantes em universidades privadas é, em média, 3 vezes superior aos custos suportados pelos estudantes das universidades públicas, principalmente devido as propinas, que são 14 vezes superiores nas universidades privadas.
Em relação as expectativas de emprego, 63 por cento dos estudantes finalistas moçambicanos têm a intenção de procurar emprego após a conclusão do curso, 17 por cento declara ter um emprego à espera. Entretanto, a preferência pelo emprego no sector privado é prevalecente em relação ao sector público. Entre os finalistas de engenharias 1 em 3 demonstram disponibilidade em abraçar o empresariado.
Outrossim, o salário médio esperado pelos finalistas no seu primeiro mês de trabalho indica que os estudantes masculinos na área da Saúde têm o salário médio antecipado mais alto de 38,4 mil meticais, seguido de estudantes masculinos de Engenharia que esperam auferir 33,4 mil meticais e depois pelas estudantes femininas de Engenharia que esperam receber no seu primeiro mês de trabalho 32,5 mil meticais.
Entretanto, sobre a expectativa salarial ao fim de um ano de trabalho, o valor mais elevado é manifestado pelas estudantes finalistas de Engenharias que afirmaram esperar receber mais de 61 mil meticais/mês.
Na abertura do Fórum Público sobre o Ensino Superior: Um Perfil dos Finalistas Universitários, o Director da Faculdade de Economia, Dr. Fernando Lichucha, afirmou, citando dados do Indicador do Emprego, do Instituto Nacional de Estatística (INE) que revelam que 40 por cento dos jovens entre 20 e 24 anos não estavam a exercer qualquer tipo de actividade económica, sendo a situação mais severa nas zonas urbanas onde a cifra sobe para cerca de 60 por cento.
Tal facto, segundo Lichucha, justificou a realização deste inquérito para melhor conhecer os estudantes finalistas e as suas expectativas relativo ao passo seguinte das suas vidas. 
Por seu turno, a Dra. Assa Guambe, do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social, disse esperar que o estudo possa influenciar a realização de outros inquéritos nos diversos subsistemas de ensino onde se encontram a maior parte dos jovens moçambicanos e orientar as políticas públicas no domínio do emprego e desenvolvimento de competências.
O inquérito Base à transição Ensino-Emprego dos Finalistas Universitários decorreu em 6 principais universidades do país, num total de 27 faculdades, 106 cursos e um total de 87 sessões. Entrevistou-se, ao todo, 2.175 finalistas, dos quais 1.024 mulheres e 1.151 homens.
Fonte: uem.mz

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